Pablo do Arrocha leva 25 mil pessoas ao 4º Cubatão Danado de Bom

A festa mais nordestina realizada fora do Nordeste despediu-se de seu público em grande estilo, neste domingo, com os sucessos do criador do arrocha, Pablo. O cantor, também conhecido como Rei a Sofrência, foi ovacionado por cerca de 25 mil pessoas que assistiram ao show, no palco principal do Kartódromo Municipal.

Como não poderia deixar de ser, Pablo presenteou o público com a famosa Porque homem não chora e levou a multidão ao delírio. O repertório também contou com outros sucessos românticos do artista: Chora não bebê, Bilu bilu, Vingança do Amor, Desculpe aí, Pecado de Amor e Fui Fiel.

Pablo subiu ao palco com a banda formada por Clecio (teclado), Sandro Salles (guitarra), Profeta (baixo), Dalmar (back vocal), Naiara (back vocal), Anderson (bateria), Dade (violão), Vel (percussão), Ismario (sax), Panda (trompete) e Lázaro (trombone).

3Fã de Zezé de Camargo e Luciano, o cantor também interpretou a canção Sonho de Amor, da dupla sertaneja, e fez todo mundo cantar. “É sempre muito bom fazer show voltado às raízes nordestinas. Estou me sentindo honrado em ser a principal atração desta noite, e com recorde de público desta edição. Viemos fechar o festival com chave de ouro”, afirmou o cantor, nascido em Candeias, na Bahia.

De origem humilde, Pablo conquistou espaço e fãs nos últimos anos com músicas românticas, que falam sobre a dor da separação e de temas que todo casal apaixonado conhece bem. Foi Pablo quem criou o gênero arrocha. O artista comemora até hoje sua criação, que se disseminou e vem trazendo cada dia mais outros estilos musicais a seu ritmo. Com 13 CDs, quatro DVDs e uma agenda vasta de 25 apresentações mensais, o cantor vem colecionando uma legião de fãs, ano após ano.

1Uma delas é a moradora de Cubatão Rosana Mendes, que acompanha o cantor desde o início de sua carreira. “O Pablo toca na minha família desde que começou a cantar. É paixão pra vida toda”, disse a dona de casa, bastante emocionada por ver e ouvir o ídolo pela primeira vez em um show. “Pra mim é uma alegria muito grande poder vê-lo, com minha família, aqui na minha cidade”.

Balanço Positivo

A maior festa nordestina fora do Nordeste teve início na última quinta-feira e recebeu 65 mil pessoas nos quatro dias de evento. Este ano, o festival aconteceu em uma ocasião ainda mais especial: o aniversário da Cidade, comemorado no último dia 9.

Criado em 2010 pela Prefeitura de Cubatão para celebrar as raízes nordestinas da população cubatense, o festival faz parte do calendário oficial de eventos do Estado de São Paulo. As três edições anteriores somaram um público de quase 200 mil pessoas ao todo.

2“Mais uma vez, o Cubatão Danado de Bom foi um sucesso. Além da importância cultural, o evento aquece a economia da Cidade, movimenta o comércio, desenvolve o turismo e atrai visitantes da região e do Estado”, disse o secretário de Governo, Fábio Inácio.

Outro questão importante destacada pelo secretário foi a social. “A festa representa um grande apoio às entidades assistenciais do Município, as quais têm a oportunidade de gerar renda extra nos dias de festival”. Este ano, o evento teve seu projeto aprovado pela Lei Rouanet, de Incentivo à Cultura, que prevê abatimento no imposto de renda das empresas patrocinadoras do festival.

Atrações

Além de Pablo, passaram pelo festival grandes nomes da música brasileira, como Os Paralamas do Sucesso, Nação Zumbi, Zeca Baleiro e Moraes Moreira e Davi Moraes. Teve ainda o teatro de arena (grande novidade), espaço para as crianças, artesanato, comidas típicas e apresentações de músicos e bandas da região, tudo com entrada gratuita. Ao todo, 120 artistas se revezaram nos palcos principal e cultural.

5A vida e obra do escritor nordestino Ariano Suassuna, grande homenageado da 4ª edição do Cubatão Danado de Bom, foram retratadas em uma exposição multimídia, em peças de teatro e palestras sobre o romancista e dramaturgo autor de Auto da Compadecida.

Pelo museu passaram cerca de 8 mil pessoas durante o evento, como o cubatense Josué Guimarães. “Conhecia muito pouco de Ariano Suassuna. Somente o Auto da Compadecida. Gostei muito de conhecer um pouco mais da vida e obra do escritor e com certeza vou pesquisar mais sobre ele na internet”.

Estrutura

Para receber milhares de pessoas todos os dias, o Cubatão Danado de Bom contou com uma estrutura especial: palco principal com mais de 200 m² e área para abrigar um público de cerca de 30 mil pessoas, praça de alimentação de 1.500 m², camarote com 200 m², área de lanchonete das entidades assistenciais de 400 m², espaço destinado à Polícia Militar e posto médico.

4Na praça de alimentação, seis restaurantes venderam refeições típicas do nordeste. Somente em um deles, foram comercializados mais de 1 mil acarajés, 700 pratos de moqueca de cação com arroz de coco e 600 de baião de dois, segundo o empresário Jair Legnaioli, responsável pelo espaço.

“Esse é o quarto ano que participamos e, para mim, esta edição foi a de maior movimento. O tempo ficou firme, a praça de alimentação tinha mais mesas e cadeiras, inclusive ao ar livre, e estava tudo muito bem organizado. Além disso, com o calor, as pessoas consumiram mais bebidas e comida”. Filha de pernambucanos, Marlene Melo veio de Praia Grande com o irmão e os sobrinhos só para curtir a festa e provar as delícias da culinária nordestina. “Viemos assistir ao show e aproveitei para comer um acarajé, que adoro”.

Logo na entrada, a cidade cenográfica, com 800 metros quadrados de parede cenográfica, retratando casas do Nordeste, com pelourinho, uma igreja uma escola, uma quitanda com comidas e doces típicos fez a cearense Glaubênia Cláudia Cavalcante voltar à sua terra natal. “Venho todos os anos prestigiar a festa. É uma forma de matar a saudade do Nordeste”, disse a dona de casa, que mora há 10 anos em Cubatão.

O filho de Glaubênia, Mykael, de 7 anos, estava encantado com os brinquedos do espaço infantil. “Achei muito legal”, disse o garoto, que não escondia a euforia com as descobertas. Pelo local passaram cerca de 8 mil de crianças nos quatro dias de evento, que teve, além de brinquedos feitos com material reciclado, atividades lúdicas e brincadeiras de rua, contação de histórias, pintura de rosto, escultura de balão e confecção de fuxico.

“Acho o máximo esses brinquedos bem artesanais, rústicos, fazem com que as crianças esqueçam um pouco toda aquela tecnologia dos tablets, computadores e videogames. E o melhor é que a gente brinca junto com eles”, destacou a dona de casa.

A 4ª edição do Festival da Cultura Nordestina Cubatão Danado de Bom tem o patrocínio da Elog, com apoio da Unipar Carbocloro, Vale, Anglo American. O evento é promovido em parceria com Associação Comercial e Industrial de Cubatão (ACIC), Ciesp Cubatão e Santos e Região Convention & Visitors Bureau e realização da Lei de Incentivo à Cultura, do Ministério da Cultura, Governo Federal, Prefeitura Municipal de Cubatão e Associação dos Artistas.

*Tatiana Lopes