Ferreira Gullar tem homenagem póstuma em sarau na Aliança Francesa

Informações de Clara Sznifer

Falecido em dezembro, o escritor Ferreira Gullar (1930-2016) é o homenageado no Sarau: Um Autor na Ciranda Poética, neste sábado (dia 4), às 15h30, na Aliança Francesa de Santos (R. Rio Grande do Norte, 98, Santos). Com coordenação literária de Clara Sznifer e coordenação musical de Roberto Soares, o evento terá documentários e vídeos artísticos, abordará canções, poemas e a biografia do artista. Entrada franca.

Gullar, junto a outros nomes como Bandeira Tribuzi, Lago Burnet, Luci Teixeira, José Sarney, José Bento, entre outros autores, compunha um grupo literário disseminado para outros locais do Brasil por meio da publicação que apresentou o movimento pós-modernista ao Maranhão, a revista Ilha, que Gullar ajudou a fundar. Sua fama se deve a sua prolífica produção em diversos campos artísticos ao longo de mais de 60 anos, nos quais o poeta pode vivenciar e participar dos acontecimentos de maior relevância no que se refere à poesia do país.

Ferreira Gullar foi um dos principais nomes da poesia concreta. Na época, morava no Rio de Janeiro e produziu material bastante inovador. Um exemplo disso são seus poemas gravados em placas de madeira. Em 1956, foi um dos expositores de um evento concretista tido como o primeiro marco da poesia concreta no Brasil. Porém, três anos depois, Gullar se afastou dos concretistas para criar, ao lado de Hélio Oiticica e Lígia Clark, o movimento neoconcretista.

Entre as principais características deste novo movimento estavam a subjetividade e valorização da expressão, que se opunham às ideias do concretismo ortodoxo. Na década de 60, Ferreira Gullar acaba se afastando do grupo do neoconcretismo. Segundo ele, tal movimento acabaria com o vínculo entre a poesia e a palavra. Desta forma, passa a fazer poesia com temas políticos e se envolve com os CPCs – Centros Populares de Cultura.