Cineclube Lanterna Mágica leva mostra de Orson Welles

O Cineclube Lanterna Mágica, da Unisanta realiza um ciclo de cinema em celebração ao centenário do cineasta Orson Welles, com exibição de 12 filmes fundamentais da obra do diretor que mudou a história do cinema com “Cidadão Kane”, filme que será exibido na abertura do ciclo, dia 2 de setembro, às 16h, na sala Maurice Legeard de Cinema, localizada no bloco E, 5º andar, Rua Cesário Mota, 8, Boqueirão, Santos. As outras sessões serão sempre as quartas, no mesmo horário e local. Com entrada franca.

Orson Welles (1915 – 1985)

Apaixonado pelo Brasil, Orson Welles relata em sua biografia que sempre esteve ligado ao país por admirar sua cultura e por ter sido concebido, segundo ele, durante as férias de seus pais, no Brasil. Amenidades a parte, Welles conseguiu transpor todos os seus medos, para fazer do cinema sua forma expandida de ser. Órfão aos quinze anos, após a morte do seu pai (sua mãe morreu quando ainda tinha 9 anos) começou a estudar pintura em 1931, primeira arte em que se envolveu. Adolescente, não via interesse nos estudos e em pouco tempo entrou para o teatro.

Tal paixão o levou a criar sua própria companhia de teatro em 1937. Em 1938, Orson Welles produziu uma transmissão radiofônica intitulada “A Guerra dos Mundos”, adaptação da obra homônima de Herbert George Wells, que ficou famosa mundialmente por provocar pânico nos ouvintes, que imaginavam estar enfrentando uma invasão de extraterrestres. O sucesso da transmissão foi tão grande que no dia seguinte todos queriam saber quem era o responsável pela tal “pegadinha”.

A fama do jovem Welles começava. Normalmente atuava e dirigia seus filmes, foi com a obra prima “Cidadão Kane”, de 1941, que ele entrou para a história do cinema, revolucionando a maneira de contar história com a câmera. A seleção de filmes para o ciclo, com curadoria do jornalista e cineasta Eduardo Ricci, reflete um pouco de sua trajetória entre a atuação e a direção.

Programação

O filme “Cidadão Kane” abre o ciclo no dia 2 de setembro, os próximos filmes do mês são: (09/09) “O Estranho”, (16/09) “A Dama de Xangai”, (23/09) “Macbeth” e (30/09) “O Terceiro Homem”. Em outubro serão exibidos (07/10) “A Rosa Negra”, (14/10) “A Marca da Maldade”, (21/10) “Estranha Compulsão” e (28/10) “O Processo”. Para encerrar o ciclo serão exibidos os filmes (04/11) “Rogopag – Relações Humanas”, (11/11) Cassino Royale e (18/11) “Dom Quixote”.

O Ciclo tem apoio cultural da Vídeo Paradiso e do Fórum da Cidadania de Santos. Mais informações pelo telefone 13 3202-7100, ramal: 257, e-mail: ricci@unisanta.br ou no blog: http://www.unisanta.br/cineclube.

*Eduardo Ricci

 

Ricci Filmes promove ‘Café Aroma Cine’ e ‘Santos Noir’

A gastronomia, o cinema e a música se misturam nas novas ações da Produtora e Startup Ricci Filmes. “Hoje como pesquisador e realizador de cinema expandido, vejo uma grande avenida a minha frente, com muitas esquinas e grandes encruzilhadas, mas todas ricas de caminhos grávidos de um cinema cheio de vida e transgressor”, destaca Eduardo Ricci. Por isso, ele organiza este mês o ‘Café Aroma Cine’ e o ‘Santos Noir’.

No dia 18, das 16 às 18 horas, o Café Aroma Cine será realizado gratuitamente no Museu do Café (Rua XV de Novembro, 95/Santos). A atividade conta com cenas de Leon Moreno, o barista Allyson Ramos e música ao vive com Alice Mesquia, Adinan Moraes e o próprio Ricci como VJ. Já no dia 30, às 20h, filmes serão exibidos em jantar às escurtas, no Restaurante Fernando Pessoa (Rua Dom Lara, 38/Santos). As reservas são de R$ 90. Informações: (13) 99171-7463 ou cinericci@yahoo.com.br. Segue abaixo o depoimento publicado por Ricci sobre os eventos.

Um gole de cinema em gotas de paixões pela vida

02Um novo live cinema para celebrar vinte anos de cinema como prática social, o que isso pode significar? Para mim mais do que a metade de tudo que sou. Há muito tempo decidi viver de cinema, imaginando que no Brasil seria quase impossível, mas aos 14 anos tomei essa decisão. Desde então comecei a estudar cinema e a trocar cartas com cinéfilos de todo o país, sim, naquela época a Internet não era tão popular como hoje e a carta era meu único meio de vencer as distâncias continentais.

O primeiro trabalho que realizei sobre o cinema cultural só aconteceu cinco anos depois, em abril de 1995, foi um mini curso sobre a história e a linguagem do cinema, num espaço alternativo de arte, em Vicente de Carvalho, distrito de Guarujá, litoral de São Paulo. Alguns meses depois, montei uma exposição para celebrar os 100 anos de criação do cinema, desde então, ano a ano foram realizados inúmeras atividades socioculturais para divulgar a sétima arte como expansão daquilo que já somos e podemos vir a ser.

Assim comecei a entender o que era um cinéfilo, esse ser apaixonado em revisitar filmes e grandes cineastas, às vezes incompreendidos e não muito amados pelo grande público, mas importantes realizadores da arte cinematográfica. Mergulhei nos universos de Truffaut, Kubrick, Hitchcock entre tantos outros que mostraram para mim novos caminhos para ser e pensar o mundo além da tela retangular.

03Três anos depois, já como aluno de jornalismo na Universidade Santa Cecília, organizei o primeiro encontro de cinema da Unisanta, dessa ação nasceu em 24 de março de 1999, o Cineclube Lanterna Mágica, com apoio da Instituição e participação de alunos e professores universitários. Percebi, desde então, que somos compostos de muitos outros e o quanto é transformador compartilhar a arte das imagens em movimento. Então aos 22 anos materializei um sonho, viver de cinema.

Hoje já como pesquisador e realizador de cinema expandido, vejo uma grande avenida a minha frente, com muitas esquinas e grandes encruzilhadas, mas todas ricas de caminhos grávidos de um cinema cheio de vida e transgressor, com as possibilidades de fazer e projetar filmes além das linhas retangulares de uma simples tela branca.

01O público do cineclube mudou, expandiu e para acompanhar essa mudança, levo o cineclubismo como VJ em restaurantes, cafeterias, museus, teatros, praças ou em qualquer lugar possível de ver vida pulsante projetada numa superfície ávida em refletir nossos medos, desejos e anseios. Assim é o cinema que me habita, desde os sete anos de vida.

Para continuar a expansão na pesquisa e realização do cinema em tempo real, realizo este ano, dois novos live cinema, o “Café Aroma Cine” e o “Santos Noir”. Ações com imersão e provocações para levar o público a experimentar cinema com todos os sentidos. Muito mais está por vir, apaguem as luzes e abram bem os olhos. Evoé!

*Eduardo Ricci