Em Itanháem, Festival Frutos da Terra encerra programação nesta semana; acesse

Por Prefeitura de Itanhaém

Esta é a última semana do Festival Frutos da Terra, durante o veraneio em Itanháem. O evento encerra sua programação com mais sete apresentações na Boca da Barra. O público poderá curtir mais quatro dias de shows. Todas as atrações do Festival ocorrem na altura da Boca da Barra, com artistas locais e duas bandas nacionais.

Nesta quinta-feira (24/jan), às 20h, quem sobe ao palco é a Thaty Ballet Companhia de Dança, grupo de balé do bairro Suarão. Com o tema ‘Volta ao Mundo’, a apresentação contará com 23 coreografias, elaboradas por um corpo de baile de 130 bailarinas.

Na sexta-feira (25/jan), às 20h30, será a vez do Tributo a Creedance e Janis Joplin. Na mesma noite, às 22h30, a Classical Queen aborda o rock clássico realizando o cover da banda inglesa que foi sucesso nos anos 70 e 80.

Jazz, rock, blues e instrumental ficam por conta do 4 Fusion, que abre as apresentações da noite de sábado (26/jan), às 21h30. Para aqueles que curtem rock nacional, a banda Ira! será a responsável por fechar a noite, tocando os clássicos que marcaram a trajetória do grupo, com início às 22h30.

Domingo (27/jan) será o último dia de programação do festival. O Samba da Pedra, com o samba de raiz, promete deixar ninguém parado a partir das 20h30. Mais tarde, às 22h30, o Acústika Beat tocará o melhor do MPB e do pop.

 

Entrevista: ‘Tem rock na praia’, garante Carol Germano da Music Box

Entre uma aula de canto lírico e planos para novas gravações, a jovem cantora Carol Germano, comentou em entrevista ao blog um pouco mais da sua carreira. Aos 21, a moça de Praia Grande embarca nos últimos quatro anos no sonho de ter uma própria banda autoral: a Music Box.

Com o violão ao lado, ela divide o palco com Percy Castanho (Voz e Guitarra), Luiz Ramos (Teclado e Voz), André Ricardo (Baixo) e Bruno Soares (bateria). Assim, a ruiva coleciona milhares de espectadores, seguidores e, mais recentemente, até um fã clube. Neste bate-papo, aproveita para falar de suas experiências pessoais com a música.

Isso vai desde os puxões de cabelos dos fãs até o apoio imprescindível da família: “Quem está de fora pode achar impressionante os pais permitirem uma filha abandonar a faculdade, mas eu sou muito focada e meus pais enxergaram que eu não estou solta no mundo e sim, ralando como em qualquer outra profissão”.

Carol, você já dava canjas por aí nas casas de Praia Grande antes de entrar no Music Box em 2011. Você se lembra do instante em que fez o primeiro show? Como você estreou no microfone, lembra-se do repertório?

04Desde que nasci frequento bares, baladas e videokês com meus pais. Ouvi shows quando estava na barriga da minha mãe (risos). Então, já tinha amizades com músicos, já conhecia as bandas da região. Nos primeiros shows, eu ficava bem ansiosa, corria atrás, meus pais também me ajudavam e meus amigos que tocavam violão comigo.

Era bem novinha, mas nunca fui muito tímida e desde muito pequena eu canto em videokê, então, o lance de estrear o microfone não foi tão difícil. Me lembro que o repertório era bem mais light cantava Ana Carolina, Cássia Eller, até tinha uns AC/DC, mas era baseado na MPB.

Embora faça vocal, o violão já te acompanha de longa data. Como surgiu esta aproximação e ainda tem rotina de ensaios individualmente?

03Na verdade, como eu disse, eu comecei cantando em videokê, foi lá que eu percebi que gostava daquilo. Só com uns 12 anos fui estudar violão, gostei muito e na escola também tinha aula de canto. Logo em seguida iniciei também esse curso. Bem, desde então corro sempre atrás de treinar, estudar, ensaiar.

Eu dou aulas de canto atualmente, mas não parei de estudar, tenho minha professora de canto popular, tenho minha rotina de estudos e assim segue a batalha. Hoje mesmo iniciei aulas de canto lírico, acho fantástico e nunca estudei essa área. A primeira aula foi hoje [dia 4] e gostei logo de cara.

Enfim, de repente, eis o convite em montar a Music Box. Como você conheceu a antiga banda dos outros músicos a ponto de criarem a atual Music Box? Pode descrever como surgiu o convite?

Eles tocavam muito num bar na rua da minha casa e como eu sempre ia lá com meus pais e amigos, acabei fazendo amizade com eles. De repente já estava lá no palco dando canjas com eles. Me lembro que cantava Bon Jovi, Guns N’ Roses e Janis Joplin. A amizade foi crescendo, eles enxergaram que eu poderia mandar ver e cá estamos. Parece bastante com a história do filme Rockstar, que por sinal eu adoro.

Seus pais já te incentivavam a cantar na adolescência, da mesma forma, que o pai do Percy também tem longas histórias ao tocar com artistas da Jovem Guarda. Qual é o papel da sua família na sua escolha da carreira e que conselho eles dão a você no dia a dia?

05Meus pais vieram de família muito humilde, muito simples, minha mãe de Santos mesmo e meu pai do Ceará. Eles cresceram na vida batalhando e suando a camisa e hoje temos uma vida feliz e confortável. Acompanhando a história delas, já dá pra tirar bastante lição de vida. Eles me incentivam, vão aos shows e ainda fazem a maior propaganda minha e da banda, isso foi e é tão bom, nada melhor do que fazer o que ama e ter total apoio disso.

Assim como meus pais, eu não fiz faculdade, tranquei duas. Acho extremamente importante cursar uma faculdade, mas eu batalhei tanto em conjunto com a banda para virar cantora, professora de canto e ter uma agenda cheia de shows que o tempo ficou curto pra uma faculdade no momento.

Quem está de fora pode achar impressionante os pais permitirem uma filha abandonar a faculdade, mas eu sou muito focada e meus pais enxergaram que eu não estou solta no mundo e sim, ralando como em qualquer outra profissão.

A banda tem influências do rock nacional e internacional, de Queen e Beatles até Janis Joplin e Rita Lee. Mas, cá entre nós, quais são os cinco músicos que não saem da sua playlist?

Escuto bastante esses rocks e outros que a gente toca, como System of a down, Foo Fighters e tal, mas na minha playlist não pode faltar Joss Stone, Donavon Frankenreiter, Ella Fitzgerald, Etta James, Aretha Franklin.

Nestes quatro anos, vocês já conseguiram percorrer o Rio Grande do Sul e São Paulo. Mas e aquele show de 2013 que vocês embalaram 70 mil pessoas abrindo O Rappa, Chimarruts e Aliados em Santo André? Ou até mesmo, recentemente, abrindo a Virada Cultural em Santos? Pode descrever estas duas experiências desde a preparação até estar diante do público?

02Tocar para essa galera toda é animal. É o que a gente mais quer, lotar shows e levar a galera pra cantar e curtir nosso som com a gente. Nesses shows nós tocamos as nossas músicas e separamos alguns covers de bandas que nos influenciam pra tocar também. Tem vezes que a gente pergunta nas redes sociais qual cover ou qual autoral a galera quer curtir num determinado show.

Em Santo André em 2013 foi uma baita experiência, tínhamos acabado de lançar nosso primeiro EP, foi um dos maiores palcos e públicos que tocamos e até hoje a galerinha que foi no show é bem fã nossa. Quando eu desci do palco, fui para a área técnica que separava o palco do público e as pessoas queriam comprar CDs, tirar fotos, tirar um pedaço do meu cabelo vermelho. Foi uma das primeiras amostras gigantescas de carinho com o público como banda autoral.

Na Virada Cultural foi um convite e tanto poder participar deste mega evento em nossa cidade natal. Ver a galera cantando nossas músicas em plenos pulmões é sempre impressionante, dá um gás pra que a gente continue tocando, produzindo. Sem pensar na mídia da região que fez o maior auê pra gente, fomos parar em TVs, revistas, jornais e aparecemos por aqui no blog também. Esse prestígio e valor da galera de casa é muito importante pra gente se sentir sempre acolhido.

No repertório, a Music Box já lançou EP e compôs músicas autorais, sendo a mais recente ‘Ainda estou de pé’. Estão planejando alguma nova turnê ou single para este semestre? Aproveitando, com estas canções, o que a banda quer propor ao público?

Já vamos entrar em estúdio novamente e produzir novas músicas, temos algumas coisas prontas, mas botar a máquina pra criar mais é muito bom e pode sair coisas melhores ainda. Recentemente ganhamos um fã clube de presente de uma galerinha muito legal, a Carla, a Mands e o Daniel.

06Chama-se ‘Nosso Tempo Começou’ e vamos tentar ficar mais próximos da galera que curte a gente através ele. Quem se cadastrar no site vai ganhar material exclusivo, vamos sortear um violão, uma bike do Ozzy, vai rolar ‘Meet and Greet’ etc. Estamos planejando o possível pra retribuir todo o carinho que nossos fãs têm com a gente através do fã clube.

Sobre as nossas músicas, a gente quer fazer o que a gente gosta. Desde o início a gente faz o que a gente gosta e sempre deu certo, a galera sente que a energia é boa, que é verdadeiro, que tem amor naquilo. Nas letras a gente fala da nossa praia, da nossa região, de amor, de situações da vida com algumas frases de incentivo.

A música no Brasil tá muito perdida, são feitas pra dançar e rebolar e não pra passar uma mensagem, sentimento, reflexão. É maior legal dançar também e tem espaço pra todo mundo, mas o rock brasileiro precisa ser alimentado. A gente vai levar nosso rock popular brasileiro pra todo mundo. Nós somos do rock, tem rock na praia, Brasil!

*Lincoln Spada