Cadeia Velha: Governo de SP reúne prefeituras na terça; Santos nega assumir prédio estadual

Por Lincoln Spada

O fechamento das oficinas culturais no interior e litoral paulista será tema de reunião reservada nesta terça-feira (dia 6), na capital. Os secretários municipais das dez cidades-polos das oficinas estaduais foram sondados no último dia 28 e, convidados oficialmente no decorrer da semana pela equipe da Secretaria da Cultura do Estado, José Roberto Sadek.

Provavelmente, o secretário de cultura de Santos, Fábio Nunes, estará presente, tendo em vista que o município perderá a Oficina Cultural Pagu – atual gestora da Cadeia Velha de Santos. Sem a programação artística, está incerto o futuro do patrimônio recém-aberto. Prefeituras de Marília, São Carlos e São José dos Campos já confirmaram representantes. Em Ribeirão Preto, a administração aceitou a proposta de assumir a sede local de oficinas culturais. Em nota, o Governo de SP diz que a parceria é de garantir as ações artísticas, mas somente em espaços municipais.

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Recentemente, a Prefeitura de Santos afirma que não foi comunicada formalmente sobre o fechamento da Cadeia Velha e da OC Pagu. “No que diz respeito à absorção pela Secult das atividades realizadas na Cadeia Velha, no caso de um suposto cancelamento dos cursos lá oferecidos, não há previsão orçamentária em 2017 para tal demanda”. A questão é que o orçamento geral do município entre 2016 e 2017 oscilou de R$ 2,5 bi para R$ 2,6 bilhões, mas a Secult terá redução ano que vem (menos R$ 1,5 milhão), o mesmo caso de outras pastas, como o Turismo (menos R$ 500 mil).

Garantia de quatro meses

Fechada por quase cinco anos, a Cadeia Velha de Santos foi restaurada com verbas estaduais de R$ 10,6 milhões. Desde 2015, o Governo Estadual garantia que atenderia a demanda de audiências e campanhas públicas por um centro de artes integradas. Mas após reabrir o edifício em agosto, o governo anunciou o fechamento da oficina cultural e o rumo incerto do patrimônio nacional. Segundo estimativas, uma oficina cultural custa, em média, menos de R$ 1 milhão. Desde sua reabertura, o local recebeu cerca de 15 mil visitantes.