Cadeia Velha: Governo de SP anuncia municipalizar espaços das oficinas culturais

Por Lincoln Spada | Foto: Sander Newton

Bem verdade que a Prefeitura de Santos ainda não foi notificada oficialmente sobre uma possível parceria para gerir o Centro Cultural Cadeia Velha. Assim, enquanto a Prefeitura não se posiciona sobre o caso, o Governo Estadual já oficializou aos veículos de comunicação sobre o destino das oficinas culturais do interior e litoral paulista, entre elas, a Oficina Cultural Pagu. A proposta é que os prédios sejam municipalizados em troca de atividades estaduais eventuais e itinerantes.

>> Prefeitura não pretendia municipalizar o prédio
>> Prédio estadual fechará dia 16 de dezembro

Neste dia 28, a Secretaria de Cultura do Estado anunciou à TV Santa Cecília: “O programa passa apenas por uma mudança administrativa, que tem justamente o objetivo de gerar economia de recursos sem prejudicar o atendimento à população. Em vez de gerido por uma Organização Social [Poiesis], o programa passará a ser realizado em espaços municipais e em convênio com as prefeituras, que conhecem melhor do que ninguém cultura e necessidades locais”.

A mesma nota foi publicada em jornais de Limeira, São José do Rio Preto, São Carlos e Araraquara. Já em Ribeirão Preto, a própria secretária de Cultura, Dulce Neves, aceitou a decisão do convênio. “Fui informada que as oficinas no estado de SP não serão fechadas e sim, haverá negociação para uma parceria entre Estado e Município, como convênio para que a Secretaria de Cultura faça a gestão da oficina cultural, a fim de garantir sua permanência, abrangência e democratização do acesso”. Também serão desativadas as sedes de Presidente Prudente, Marília, Sorocaba, São José dos Campos e Iguape.

Garantia de quatro meses

Fechada por quase cinco anos, a Cadeia Velha de Santos foi restaurada com verbas estaduais de R$ 10,6 milhões. Desde 2015, o Governo Estadual garantia que atenderia a demanda de audiências e campanhas públicas por um centro de artes integradas. Mas após reabrir o edifício em agosto, o governo anunciou o fechamento da oficina cultural e o rumo incerto do patrimônio nacional. Segundo estimativas, uma oficina cultural custa, em média, menos de R$ 1 milhão. Desde sua reabertura, o local recebeu cerca de 15 mil visitantes.

Único programa metropolizado

Hoje na Baixada Santista, o Governo Estadual centraliza investimentos em Santos: Virada Cultural Paulista, Tocando Santos e o Museu do Café. Cada vez mais reduzido, o Programa de Ação Cultural – ProAC contemplou coletivos de Santos, São Vicente, Cubatão e Guarujá. A itinerância artística do Circuito Cultural Paulista acontece em Bertioga, Cubatão, Itanhaém e Praia Grande. Já a gestora do Centro Cultural Cadeia Velha, a Oficina Cultural Pagu é o único programa estadual que realiza trimestralmente atividades nas nove cidades da Baixada Santista, além de ser a única ação estadual que alcança Mongaguá e Peruíbe.

 

Teatro Rosinha Mastrângelo reabre em 2016, garante prefeito

Durante a reabertura do Teatro Municipal Braz Cubas nesta quinta-feira, o prefeito Paulo Alexandre Barbosa visou em seu discurso a reabertura de outro equipamento no mesmo centro cultural de Santos, o Rosinha Mastrângelo. “É o nosso compromisso para 2016”.

O gestor confirmou suas pretensões e garantias para a imprensa no local e disse já prever no orçamento municipal do próximo ano a reinauguração do espaço. Ele disse que ao blog que a reforma é estimada em cerca de R$ 500 mil dos cofres públicos e será, a princípio, executada pela própria Prefeitura.

Em 2013, a Prefeitura também estimava a reinauguração do teatro no prazo de seis meses com sua própria equipe, mas foi só possível a limpeza do local. Voltar uma pauta artística no espaço é uma das reivindicações do Movimento Teatral da Baixada Santista e de Barbosa, que incluiu esta como uma de suas metas no plano de governo até 2016.

Teatro Rosinha Mastrângelo

02O espaço está fechado desde 2009, sob a gestão do prefeito João Paulo Tavares Papa. Época em que o Lula ainda era presidente do País, Neymar uma promessa do futebol no Santos e o Gugu era apresentador do SBT.

Único teatro de arena de Santos, ele foi inaugurado em 1º de setembro de 1992, durante o tradicional Festival Santista
de Teatro (Festa). O nome é uma homenagem póstuma à poetisa, escritora e jornalista Rosinha Mastrângelo, participante da criação do festival.

Com 230 espectadores na arquibancada, o local equipado com cabine de som e luz e camarins era palco para shows de rock, teatro experimental e de arena, cursos e reuniões da classe artística.

*Lincoln Spada